Porque é importante cuidar de nós, e como gerir melhor o tempo para o conseguir fazer
No última publicação falei-vos sobre Mudança, e como introduzir pequenas alterações que podem ter um impacto benéfico na nossa saúde e bem estar. Prestar mais atenção ao “Self-Care” foi um dos factores que contribuiu significativamente para a melhoria da minha qualidade de vida, e por isso pensei em partilhar algo sobre este assunto convosco.
Durante um determinado período de tempo, pensei que não tinha tempo para cuidar de mim. E não tinha sequer a energia para perceber que não estava a fazer o suficiente, e, mais importante ainda, não estava a ouvir o meu corpo nem a mensagem que ele me estava a tentar passar. Como poderão adivinhar, isso teve consequências na minha saúde.
Mas, como todas as coisas menos boas que nos acontecem, ensinou-me uma lição, que levei muito a sério desde então. Regressei a algumas das coisas que me faziam feliz e aprendi a escutar o meu corpo mais vezes. E entendi que é importante prestar atenção a como nos sentimos, ganhar consciência e ouvir as mensagens que o nosso corpo nos envia. Por exemplo, se me sentia demasiado cansada, passei a fazer uma sesta durante o fim de semana, a tomar um banho de espuma, fazer uma exfoliação ou uma máscara facial, ou a passar mais tempo de repouso intencional com os meus gatos durante a semana.
Talvez já tenham ouvido falar do antigo princípio filosófico do yoga chamado Nahimsa, ou não-violência. Este ensina-nos a não ser demasiado exigentes e a não exercer nenhuma forma de violência, contra os outros e também contra nós próprios. E isso também se aplica a como tratamos de nós e do nosso corpo, de forma holística. E porque é que isso é importante? Porque quando nos sujeitamos a períodos de stress contínuo, entramos naquilo que se designa por stress crónico, o que pode ter consequências extremamente sérias na nossa saúde e bem estar. O facto de o nosso corpo estar sujeito a stress crónico coloca-nos na chamada situação de “fight-or-flight” que enfraquece o nosso sistema imunitário e pode levar a problemas graves de saúde.
Outra medida que coloquei em acção de modo a gerir melhor o meu tempo, foi a implementação de algumas boas práticas, que contribuíram para diminuir a minha ansiedade em relação ao trabalho, e me permitiram prioritizar de maneira mais eficiente, de modo a voltar a ter energia que me permitisse dedicar tempo a mim própria e praticar o “Self-Care”. Se forem como eu, tentam sempre acabar mais esta ou aquela tarefa antes de sair do trabalho ou sentem-se culpados por dizer que não a mais uma reunião redundante. Bom, cabe a nós mudar isso. O tempo é o que fizermos dele.
Partilho convosco algumas das práticas (*) que me permitiram gerir o meu tempo de forma mais eficiente, de modo a voltar a ter tempo e energia para cuidar de mim própria:
- Na Sexta-feira à tarde:
- Destralhar e organizar o espaço de trabalho – deste modo ao regressar após o fim de semana encontramos um espaço calmo e limpo.
- Rever a lista de tarefas – assegurar que alguma tarefa pendente passa para a próxima semana de trabalho, e planear de forma mais eficiente a semana seguinte, criando uma nova lista.
- Bloquear algum tempo na agenda para tarefas que requerem mais foco e concentração. Assim, evitamos interrupções e procrastinação, e conseguimos avançar mais rapidamente.
- Reservar um ou dois dias da semana para os nossos projetos e objectivos. Dias sem reuniões, a não ser que algo urgente surja. Caso não possam reservar dias inteiros, podem sempre optar por meio-dia por exemplo.
- Reservar um bloco de tempo diário apenas para ler e responder a emails. Deste modo, não nos distraímos sempre que um email cai na nossa “inbox” e resistimos à tentação de o ir ler e responder de imediato.
- E por fim, se como eu gostam de ir ao yoga, ginásio, aula de dança ou qualquer outra actividade, assegurem-se que bloqueiam este tempo na vossa agenda também. Tenham em conta o tempo da deslocação, de arrumar o carro, mudar de roupa se fôr o caso etc. E quando soar o aviso, é só ir embora.
Pessoalmente gosto de usar um misto de agenda electrónica e de papel. Voltar a uma agenda em papel ajudou-me a planear de um modo mais eficaz e permite-me tomar nota de ideias ou projectos aos quais queremos voltar mais tarde, por exemplo.
* Estas práticas resultam no meu contexto pessoal, mas poderão não resultar no vosso – aqui o desafio é pensar fora da caixa, e encontrar formas para gerir o tempo de modo mais eficiente.
Todos sabemos que o ato de cuidar de nós próprios, fisica, mental e emocionalmente pode ter um impacto extremamente positivo nas nossa qualidade de vida. Pode reduzir o stress e ansiedade e fazer-nos sentir muito melhor, principalmente porque nos sentimos melhor quando fazemos algo que nos traz satisfação, e eu diria até, alguma alegria. E não nos devemos sentir culpados por tirarmos tempo para cuidar de nós próprios. Não é de modo nenhum um ato de egoísmo tirar tempo para fazer algo de que que gostamos e que nos faz sentir bem, mais tranquilos e, mais importante, com mais saúde e felicidade.
Para mim são actos de “Self-care” a minha rotina de cuidados da pele, o yoga, a meditação, andar de bicicleta ou nadar. Outros dias é cozinhar, ouvir música ou ler, e por vezes é simplesmente não fazer nada, ver Netflix ou dar um passeio a pé.
Para outras pessoas pode ser qualquer outra actividade. O importante é parar e pensar o que nos faz relaxar, reduzir o ritmo, e que nos traz satisfação e alegria. Eu sei que começo a parecer a Marie Kondo, mas penso que percebem o que quero dizer.
Se vos faltarem ideias ou não se identificarem com as actividades que menciono nesta publicação, e nem gostam particularmente de yoga ou meditação, mas sentem que precisam de encontrar alguma actividade que vos ajude a diminuir o stress, o meu desafio é que pensem um pouco naquilo que vos faz sentir bem, e que vos traz satisfação, e que possam implementar facilmente como forma de “Self-Care”. O Deepak Chopra fala sobre algumas formas de reduzir o stress neste artigo.
E agora que já me conhecem um pouco, sabem que eu gosto de uma boa citação, e que não poderia faltar como forma de conclusão.