Porque é importante cuidar de nós, e como gerir melhor o tempo para o conseguir fazer

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Geneva Canton, Switzerland. Photo by Constança Marques

No última publicação falei-vos sobre Mudança, e como introduzir pequenas alterações que podem ter um impacto benéfico na nossa saúde e bem estar. Prestar mais atenção ao “Self-Care” foi um dos factores que contribuiu significativamente para a melhoria da minha qualidade de vida, e por isso pensei em partilhar algo sobre este assunto convosco.

Durante um determinado período de tempo, pensei que não tinha tempo para cuidar de mim. E não tinha sequer a energia para perceber que não estava a fazer o suficiente, e, mais importante ainda, não estava a ouvir o meu corpo nem a mensagem que ele me estava a tentar passar. Como poderão adivinhar, isso teve consequências na minha saúde.

Mas, como todas as coisas menos boas que nos acontecem, ensinou-me uma lição, que levei muito a sério desde então. Regressei a algumas das coisas que me faziam feliz e aprendi a escutar o meu corpo mais vezes. E entendi que é importante prestar atenção a como nos sentimos, ganhar consciência e ouvir as mensagens que o nosso corpo nos envia. Por exemplo, se me sentia demasiado cansada, passei a fazer uma sesta durante o fim de semana, a tomar um banho de espuma, fazer uma exfoliação ou uma máscara facial, ou a passar mais tempo de repouso intencional com os meus gatos durante a semana.

Talvez já tenham ouvido falar do antigo princípio filosófico do yoga chamado Nahimsa, ou não-violência. Este ensina-nos a não ser demasiado exigentes e a não exercer nenhuma forma de violência, contra os outros e também contra nós próprios. E isso também se aplica a como tratamos de nós e do nosso corpo, de forma holística. E porque é que isso é importante? Porque quando nos sujeitamos a períodos de stress contínuo, entramos naquilo que se designa por stress crónico, o que pode ter consequências extremamente sérias na nossa saúde e bem estar. O facto de o nosso corpo estar sujeito a stress crónico coloca-nos na chamada situação de “fight-or-flight” que enfraquece o nosso sistema imunitário e pode levar a problemas graves de saúde.

Outra medida que coloquei em acção de modo a gerir melhor o meu tempo, foi a implementação de algumas boas práticas, que contribuíram para diminuir a minha ansiedade em relação ao trabalho, e me permitiram prioritizar de maneira mais eficiente, de modo a voltar a ter energia que me permitisse dedicar tempo a mim própria e praticar o “Self-Care”. Se forem como eu, tentam sempre acabar mais esta ou aquela tarefa antes de sair do trabalho ou sentem-se culpados por dizer que não a mais uma reunião redundante. Bom, cabe a nós mudar isso. O tempo é o que fizermos dele.

Partilho convosco algumas das práticas (*) que me permitiram gerir o meu tempo de forma mais eficiente, de modo a voltar a ter tempo e energia para cuidar de mim própria:

  1. Na Sexta-feira à tarde:
    • Destralhar e organizar o espaço de trabalho – deste modo ao regressar após o fim de semana encontramos um espaço calmo e limpo.
    • Rever a lista de tarefas – assegurar que alguma tarefa pendente passa para a próxima semana de trabalho, e planear de forma mais eficiente a semana seguinte, criando uma nova lista.
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Photo By Constança Marques
  1. Bloquear algum tempo na agenda para tarefas que requerem mais foco e concentração. Assim, evitamos interrupções e procrastinação, e conseguimos avançar mais rapidamente.
  2. Reservar um ou dois dias da semana para os nossos projetos e objectivos. Dias sem reuniões, a não ser que algo urgente surja. Caso não possam reservar dias inteiros, podem sempre optar por meio-dia por exemplo.
  3. Reservar um bloco de tempo diário apenas para ler e responder a emails. Deste modo, não nos distraímos sempre que um email cai na nossa “inbox” e resistimos à tentação de o ir ler e responder de imediato.
  4. E por fim, se como eu gostam de ir ao yoga, ginásio, aula de dança ou qualquer outra actividade, assegurem-se que bloqueiam este tempo na vossa agenda também. Tenham em conta o tempo da deslocação, de arrumar o carro, mudar de roupa se fôr o caso etc. E quando soar o aviso, é só ir embora.

Pessoalmente gosto de usar um misto de agenda electrónica e de papel. Voltar a uma agenda em papel ajudou-me a planear de um modo mais eficaz e permite-me tomar nota de ideias ou projectos aos quais queremos voltar mais tarde, por exemplo.

* Estas práticas resultam no meu contexto pessoal, mas poderão não resultar no vosso – aqui o desafio é pensar fora da caixa, e encontrar formas para gerir o tempo de modo mais eficiente.

Todos sabemos que o ato de cuidar de nós próprios, fisica, mental e emocionalmente pode ter um impacto extremamente positivo nas nossa qualidade de vida. Pode reduzir o stress e ansiedade e fazer-nos sentir muito melhor, principalmente porque nos sentimos melhor quando fazemos algo que nos traz satisfação, e eu diria até, alguma alegria. E não nos devemos sentir culpados por tirarmos tempo para cuidar de nós próprios. Não é de modo nenhum um ato de egoísmo tirar tempo para fazer algo de que que gostamos e que nos faz sentir bem, mais tranquilos e, mais importante, com mais saúde e felicidade.

Para mim são actos de “Self-care” a minha rotina de cuidados da pele, o yoga, a meditação, andar de bicicleta ou nadar. Outros dias é cozinhar, ouvir música ou ler, e por vezes é simplesmente não fazer nada, ver Netflix ou dar um passeio a pé.

Para outras pessoas pode ser qualquer outra actividade. O importante é parar e pensar o que nos faz relaxar, reduzir o ritmo, e que nos traz satisfação e alegria. Eu sei que começo a parecer a Marie Kondo, mas penso que percebem o que quero dizer.

Se vos faltarem ideias ou não se identificarem com as actividades que menciono nesta publicação, e nem gostam particularmente de yoga ou meditação, mas sentem que precisam de encontrar alguma actividade que vos ajude a diminuir o stress, o meu desafio é que pensem um pouco naquilo que vos faz sentir bem, e que vos traz satisfação, e que possam implementar facilmente como forma de “Self-Care”. O Deepak Chopra fala sobre algumas formas de reduzir o stress neste artigo.

E agora que já me conhecem um pouco, sabem que eu gosto de uma boa citação, e que não poderia faltar como forma de conclusão.

“Self-care is never a selfish act – it is simply good stewardship of the only gift I have, the gift I was put on earth to offer others. Anytime we can listen to true self and give the care it requires, we do it not only for ourselves, but for the many others whose lives we touch.”

Parker Palmer, Let Your Life Speak: Listening for the Voiceof Vocation

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